segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

E o Papa se vai! Para mim, gesto de humildade!


Choque!  Fiquei em estado de choque!!  Como assim um Papa renunciar??? Católica que sou ... As perguntas práticas fervem na minha cabeça e meu coração. E a quaresma?? O povo precisa tanto dele agora...E a Páscoa?? Vai dar tempo de um conclave?? Quaresma/Páscoa  tempo mais importante para um católico e a gente não tem Papa???  O coração vai acalmando e escuto repetidamente aqui dentro do meu coração e ecoando pela minha cabeça... Quanta humildade! Humildade! Coragem! Humildade! Coragem! 

Só enxergam o alemão? Eu enxergo o Papa, o homem, o padre, o amigo, o filho... O homem que foi atingido por todos os lados desde que aceitou esse "lugar". Foi a imagem da serenidade e do perdão... Adoro o Ratzinger? Não, respeito o Papa. Amo o Papa. Você não escolhe o pai. Você nasce com ele e o ama, não é verdade? Foi assim que aprendi. É assim que sinto. Meu Papa? Sim é o João Paulo II, choro até hoje a falta que ele me faz como pessoa, como exemplo, aquele que me acompanhou na Igreja, aquele que em todos os momentos que fraquejei falou uma frase aqui, outra ali que me trouxe de volta ao eixo! Ele foi meu pai. Durante 34 anos ele foi meu pai! Eu tinha 8 anos quando ele assumiu o papado e quando ele morreu eu tinha acabado de me casar, com o homem que Deus, através da Igreja, me apresentou. Fiquei órfã, ficamos todos órfãos... E agora ficamos o que? 




Ficamos esperançosos! De que novo ânimos, novos ares corram pelo Vaticano, pela Igreja!! Não, não estou falando em mulheres papisas, sacerdotisas ou padres casados!! A Igreja é muito mais do que isso! Estou falando da esperança em uma Nova Evangelização! Que grite ao mundo o amor de Deus e seu plano de Salvação com fôlego novo! Fôlego esse que Bento XVI teve a humildade e a coragem de assumir que não tem mais...

Aqui vai o link de um dos melhores textos que li sobre o assunto. Pelo menos u, texto que fale como eu falaria... Não fala de política, intriga, artimanha, de suposições ou possíveis maquinações para depor o Papa, mas fala de gente e sentimento. Copiei da cópia, qualquer erro busque o original no link!! 

Que venha o novo Papa e os novos ares! Vamos abrir novamente as janelas!


http://oehd.wordpress.com/2013/02/12/siempre-renuncias-benedicto/



É um lindo texto em homenagem ao Papa. "Traduzi do artigo postado emhttp://oehd.wordpress.com/2013/02/12/siempre-renuncias-benedicto/ por revelar com muita fidelidade meu sentimento e pensamento sobre o assunto. =)" (Ubiratan De Oliveira Araujo)

"Tenho 23 anos e ainda não entendo muitas coisas. E há muitas coisas que não se podem entender as 8h da manhã quando te acordam para dizer em poucas palavras: “Daniel, o papa renunciou.” Eu apressadamente contestei: “Renunciou?”. A resposta era mais que óbvia, “Renunciou, Daniel, o papa renunciou!”.

O papa renunciou. Assim amanheceu escrito em todos os jornais, assim amanheceu o dia para a maioria, assim rapidamente alguns tantos perderam a fé e outros muitos a reforçaram. Poucas pessoas entendem o que é renunciar.

Eu sou católico. Um de muitos. Desses que durante sua infância foi levado à missa, cresceu e criou apatia. Em algum ponto ao longo da estrada deixei pra lá toda a minha crença e a minha fé na Igreja, mas a Igreja não depende de mim para seguir, nem de ninguém (nem do Papa). Em algum ponto da minha vida, voltei a cuidar da minha parte espiritual e assim, de repente e simplesmente, prossegui um caminho no qual hoje eu digo: Sou católico. Um de muitos sim, mas católico por fim. Mas assim sendo um doutor em teologia, ou um analfabeto em escrituras (desses que há milhões), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de provocações e orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre sendo Papa. Por isso hoje quando acordei com a notícia, eu, junto a milhões de seres humanos, nos perguntamos “por que?”. Por que renuncia senhor Ratzinger? Sentiu medo? Sentiu a idade? Perdeu a fé? A ganhou? E hoje, 12 horas depois, creio que encontrei a resposta: O senhor Ratzinger renunciou toda a sua vida.

Simples assim.

O papa renunciou a uma vida normal. Renunciou ter uma esposa. Renunciou ter filhos. Renunciou ganhar um salário. Renunciou a mediocridade. Renunciou as horas de sono pelas horas de estudo. Renunciou ser só mais um padre, mas também renunciou ser um padre especial. Renunciou preencher a sua cabeça de Mozart, para preenchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a, tendo 85 anos, estar aposentado, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou desfrutar de seu país. Renunciou seus dias de folga. Renunciou sua vaidade. Renunciou a defender-se contra os que o atacavam. Sim, isso me deixa claro que o Papa foi, em toda sua vida, muito apegado à renuncia.

E hoje, voltou a demonstrar. Um papa que renuncia a seu pontificado quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas nas mãos de alguém maior, parece ser um Papa sábio. Nada é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem seus sacerdotes, nem os laicos, nem os casos de pedofilia, nem os casos de misericórdia. Nada é maior que ela. Mas ser Papa nesse tempo do mundo, é um ato de heroísmo (desses heroísmos que acontecem diariamente em nosso país e ninguém nota). Recordo sem dúvida, as histórias do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como morreu? Sim, em uma cruz, crucificado igual ao teu mestre, mas de cabeça para baixo. Hoje em dia, Ratzinger se despede de modo igual. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado pelos seus irmãos católicos. Crucificado pela sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade que tanto dói entender. É um mártir contemporâneo, desses que se pode inventar histórias, a esses que se pode caluniar e acusar a vontade, que não respondem. E quando responde, a única coisa que faz é pedir perdão. “Peço perdão pelos meus defeitos”. Nem mais, nem menos. Quanta nobreza, que classe de ser humano. Eu poderia ser mórmon, ateu, homossexual e abortista, mas ver uma pessoa da qual se dizem tantas coisas, que recebe tantas críticas e ainda responde assim... esse tipo de pessoa, já não se vê tanto no mundo.

Vivo em um mundo onde é engraçado zombar o Papa, mas que é um pecado mortal zombar um homossexual (e ser taxado como um intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo em um mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um senhor de 85 anos que quer o melhor para a Instituição que representa, mas lhe indagamos com um “Com que direito renuncia?”. Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Ninguém se sente cansado ao ir pra escola. Ninguém se sente cansado ao ir trabalhar. Vivo um mundo onde todos os senhores de 85 anos estão ativos e trabalhando (sem ganhar dinheiro) e ajudam às massas. Sim, claro.

Mas agora sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que vai sentir falta do senhor. Em um mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas, mas que em 50 anos se lembrará como, com um simples gesto de humildade, um homem foi Papa, e quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu partir por amor à sua Igreja. Vá morrer tranquilo senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem um corpo exibido em São Pedro, sem milhares aclamando aguardando que a luz de seu quarto seja apagada. Vá morrer, como viveu mesmo sendo Papa: humildemente.

Bento XVI, muito obrigado por renunciar."

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